Produtores florestais reivindicam restrições impostas pelo presidente Alberto Fernández para compras no exterior. Após indústrias florestais interromperem ou diminuírem suas atividades na Argentina devido a problemas para importar insumos básicos – que não são produzidos no país – a produção de papel tissue e itens de cuidados pessoais está comprometida. O presidente da Associação dos Produtores Florestais, Industriais e Comerciantes de Misiones e Nordeste de Corrientes (Apicofom) aderiu às reivindicações contra o Governo Nacional pela falta de insumos importados, decorrentes das restrições impostas pelo presidente Alberto Fernández para compras no exterior.
08/11/2022 - Após indústrias florestais interromperem ou diminuírem suas atividades na Argentina devido a problemas para importar insumos básicos – que não são produzidos no país – a produção de papel tissue e itens de cuidados pessoais está comprometida.
O presidente da Associação dos Produtores Florestais, Industriais e Comerciantes de Misiones e Nordeste de Corrientes (Apicofom), Guillermo Fachinello, aderiu às reivindicações contra o Governo Nacional pela falta de insumos importados, decorrentes das restrições impostas pelo presidente Alberto Fernández para compras no exterior.
“Entendemos que o país precisa de dólares e acreditamos que a silvicultura é uma boa alternativa para essa geração, mas, para produzir, precisamos importar”, disse ao FM de las Misiones. Para preservar as reservas em moeda estrangeira do Banco Central, o governo introduziu mudanças no sistema de importação (Sira) para que as empresas tenham dólares para comprar insumos ou produtos importados, embora com restrições.
A nova Sira só permite a entrada de produtos considerados “indispensáveis”, como suprimentos médicos e de segurança e alguns outros. A silvicultura não está incluída nessa categoria. Portanto, não há insumos, o que prejudica a fabricação de produtos tissue, como papel higiênico e papel toalha, e de personal care, como fraldas.
“Solicitamos com urgência a retirada da retenção na indústria florestal em produtos processados”, disse Fachinello.
Além da falta de produtos essenciais no mercado argentino, que prejudica o abastecimento local, esse desequilíbrio pode colocar em risco milhares de empregos em toda a cadeia produtiva. Na província de Misiones, por exemplo, os produtores temem que, se os insumos continuarem escassos, o fechamento de várias fábricas afetará toda a
economia do território.
Empresários do setor florestal-industrial tentaram conversar com as autoridades sobre o impacto da nova Sira, mas, até agora, sem sucesso. “Já batemos em todas as portas; e continuamos do mesmo jeito”, contou o presidente da Apicofom, ressaltando que o novo mecanismo também está dificultando a entrega de mercadorias embarcadas
sob a regulamentação anterior.
A SITUAÇÃO DA ARAUCO
A Arauco (antiga Alto Paraná), maior empresa florestal-industrial do país, que emprega diretamente mais de 4 mil pessoas em suas sete fábricas, é uma das empresas em alerta.
A Planta Industrial de Celulose de Puerto Esperanza, em Misiones, tem capacidade de produção de 350 mil toneladas por ano de celulose kraft e fluff, e um consumo aproximado de madeira de 1.900.000 toneladas por ano.
É também uma das fábricas mais antigas do país e, desde a aquisição da Arauco, comprada do Citi na década de 1990, tem feito investimentos para avançar rumo às melhores tecnologias disponíveis, a fim de mitigar a poluição ambiental e alcançar maior produtividade.
Em entrevista, Pablo Ruival, CEO da Arauco Argentina, afirmou que o mercado de câmbio era a principal dificuldade de acesso a insumos importados e que, embora tivessem conseguido acessá-lo em termos de investimentos, não tinha a fluidez que a companhia buscava.
Por outro lado, ele anunciou um investimento de US$ 3 bilhões para criar uma nova fábrica em Mato Grosso do Sul, até 2028. O projeto iniciaria suas obras em 2025, após a aprovação do Licenciamento Ambiental, a avaliação da oferta de madeira e a confirmação do investimento pela diretoria da empresa.
Fonte: Tissue Online
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