
Empresa vende terras excedentes e aproveita alta nos preços da celulose de eucalipto, impulsionada por paralisação na China.
06/03/2025 - A Klabin, uma das principais líderes do setor de celulose e papel no Brasil, anunciou que seus investimentos devem totalizar R$ 3,3 bilhões em 2025, valor alinhado com o ano anterior. O custo caixa por tonelada está projetado R$ 3.100 e R$ 3.200. As estimativas foram divulgadas pela diretoria da empresa durante uma teleconferência com analistas na última quinta-feira, 27.
O indicador de endividamento da companhia, medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em dólares, permaneceu praticamente estável no quarto trimestre de 2024, em 3,9 vezes. Segundo um executivo da empresa, “qualquer tipo de conversa sobre novos investimentos será a partir de 2027”. Ele reforçou que, no momento, não há nada no “pipeline” mais relevante do que o pagamento das dívidas.
Para acelerar a geração de caixa e reduzir o endividamento, a Klabin adotou a estratégia de monetizar terras excedentes. Em 2024, a empresa vendeu 60 mil hectares de florestas plantadas e 43 mil hectares de terras nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina para um fundo de investimento florestal (Timo, na sigla em inglês). De acordo com o executivo, terras distantes no sul do país que não estão sendo utilizadas para abastecimento também serão monetizadas.
A celulose de eucalipto (fibra curta) começou 2025 com preços acima do esperado, impulsionada pela paralisação da Chenming, uma das maiores papeleiras da China. A interrupção gerou uma demanda adicional não prevista no mercado, criando um cenário favorável para os preços da matéria-prima.
“A informação que temos até agora é que uma das grandes linhas continua parada. [Ela produz] em torno de 1,4 e 1,5 mil toneladas”, afirmou Alexandre Nicolini, diretor comercial de celulose da Klabin. “Não há expectativa que essa retomada aconteça antes de abril”, completou.
Aproveitando o momento positivo, a Klabin realizou três aumentos consecutivos nos preços da celulose na Ásia, Europa e América do Norte. Os dois primeiros já foram implementados, e há expectativa de que o terceiro entre em vigor após a Shanghai Pulp Week, evento que ocorre em março.
Fonte: Portal Celulose
Comments