
Maior acesso ao crédito, especialmente no início do último ano, também foi decisivo para os avanços no Estado.
06/02/2025 - A indústria em Minas Gerais encerrou 2024 com crescimento de 4% no faturamento real. O desempenho, superior aos 3,4% registrados em 2023, foi impulsionado pelo fortalecimento do consumo doméstico, que se beneficiou com o melhor dinamismo do mercado de trabalho e um cenário crédito mais acessível.
Os dados constam na Pesquisa Indicadores Industriais (Index), realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). No acumulado do ano, as horas trabalhadas (2,4%), o emprego (3,3%) e a massa salarial real (2,7%) também avançaram.
De acordo com a economista da Fiemg, Thais Galdino, ao longo de 2024, o avanço do consumo, baseado no crescimento da renda das famílias, maior poder de compra e melhora do mercado de trabalho com os menores índices de desemprego, contribuíram com os resultados. “Esses fatores explicam uma demanda maior por bens industriais e nos ajudam a explicar os avanços ao longo do ano”, pontua.
O maior acesso ao crédito, especialmente no início do último ano, também foi decisivo para o crescimento do faturamento da indústria em Minas Gerais. “Começamos 2024 com queda na taxa básica de juros (Selic), o que barateou o crédito e impulsionou o consumo pela população e empresas. Depois dessa baixa, passamos por um período de estabilidade, facilitando o acesso ao crédito”, explica a economista.
O segmento de transformação encerrou o ano com alta acumulada de 3% no faturamento e 5,8% na comparação com 2023. Os avanços do setor também podem ser notados em todas as frentes de análise com exceção da utilização da capacidade instalada, que obteve queda de 1,1 ponto percentual.
Já a indústria extrativa mineral encerrou com queda em quatro das seis categorias analisadas. Apesar da alta de 16,4% no faturamento, o setor encerrou recuou 13,2% na comparação com dezembro de 2023, com massa salarial 37,9% inferior a 2023.
Indústria fecha em queda de 3,1% em dezembro
Em dezembro, a indústria mineira apresentou queda de 3,1% no faturamento em dezembro. A redução na comparação com novembro foi impulsionada pela menor quantidade de pedidos nos segmentos de transformação e extrativo.
Segundo Thais Galdino, habitualmente, espera-se essa redução pelo efeito sazonal, onde as empresas realizam ajustes operacionais para equilibrar estoques. Entre as medidas adotadas pelas empresas estão as férias coletivas, o que impacta nas horas trabalhadas durante o último mês do ano.
Apesar disso, o emprego no setor industrial aumentou 0,3%, e a massa salarial cresceu 0,9%, devido aos pagamentos de 13° salário, de gratificações e de férias.
Juros devem impactar atividade da indústria em Minas Gerais neste ano
Para 2025, a economista frisa às consecutivas altas na taxa Selic podem desestimular a indústria de Minas Gerais a realizarem financiamentos e expandirem a capacidade produtiva. “Acreditamos que essa nebulosidade em relação à sustentabilidade das contas públicas possa reduzir as expectativas de investimentos da indústria no ano”, acrescenta.
Apesar disso, o setor está otimista com o crescimento ao longo do ano, apesar de projetarem que aconteça em patamares inferiores a 2024. “Mesmo diante das incertezas, esperamos um crescimento moderado para indústria nesse ano”, conclui Thais Galdino.
Fonte: Diário do Comércio
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