Com essa conjuntura, o mercado começa a vislumbrar uma queda de juros na economia brasileira. Uma onda de otimismo marcou o mercado financeiro esta semana. Um dos sinais veio do dólar. Na última quarta-feira, a moeda norte-americana ficou abaixo de R$ 5, situação que não ocorria desde 9 de junho de 2022. Nesta sexta-feira (14/4), a moeda passou por uma sessão de volatilidade. Chegou a subir quase 1%, mas perdeu força e fechou em queda pelo quarto dia seguido, a R$ 4,91. Com essa conjuntura, o mercado começa a vislumbrar uma queda de juros na economia brasileira. Luciano Feres, economista e CFO da Somus Capital, acredita ser possível o dólar continuar em queda.
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Fernanda Strickland - Correio Braziliense
18/04/2023 - Uma onda de otimismo marcou o mercado financeiro esta semana. Um dos sinais veio do dólar. Na última quarta-feira, a moeda norte-americana ficou abaixo de R$ 5, situação que não ocorria desde 9 de junho de 2022. Nesta sexta-feira (14/4), a moeda passou por uma sessão de volatilidade. Chegou a subir quase 1%, mas perdeu força e fechou em queda pelo quarto dia seguido, a R$ 4,91. Com essa conjuntura, o mercado começa a vislumbrar uma queda de juros na economia brasileira.
Luciano Feres, economista e CFO da Somus Capital, acredita ser possível o dólar continuar em queda. "Porém tem muitas coisas a serem resolvidas. A inflação ainda continua alta, os juros também. Acreditamos que o dólar permaneça neste patamar de R$ 4,90/R$ 4,80. Mas a médio prazo, voltará a R$ 5,00 e R$ 5,20", explicou Feres.
Segundo o especialista, a desaceleração inflacionária - o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou abaixo das expectativas na última terça-feira - e o dólar desvalorizado seriam fatores para justificar uma queda de juros. "O cenário é assertivo. Com novos dados positivos, é capaz que essa queda venha mais rápido que o
esperado", comentou.
Na avaliação de Feres, o Brasil tem condições de crescer se a política não atrapalhar. "Essa é a analogia que nós temos feito. Nós não temos visto mais debates entre o governo com o Banco Central. Isso acalma o mercado sobre conflitos de responsabilidade fiscal. Temos visto, ainda, o presidente Lula indo à China em busca de novos
negócios com o nosso principal parceiro econômico", pontuou.
De acordo com o economista, a semana foi positiva para o Brasil, mas ele prefere adotar a cautela. "Tem muitas coisas a serem definidas. Lá fora, a tendência ainda é a alta de juros e a aposta na economia americana. Acredita-se que eles passarão por uma turbulência de juros altos, empresas precisando se reestruturar com a dificuldade na elevação de juros. Isso beneficia o Brasil em conseguir novos mercados e atrair novos investidores. O que aconteceu essa semana, nós já conseguimos um fluxo de investimento maior que o padrão, o que torna o cenário positivo", disse.
Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, também se junta ao grupo de analistas que aposta em uma queda do dólar por mais tempo. "Eu acredito que esse otimismo, a curto prazo, se mantém. Estamos tendo um recorde de safra de soja, e isso é muito bom para as exportações. Quando o exportador recebe mais dólar, acaba internalizando isso no Brasil, pois ele precisa vender dólar e comprar real. Isso ajuda na queda da moeda americana", observou.
Fonte: jornal Estado de Minas
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