Estado encerrou 2022 com saldo de 177.996 vagas geradas; queda frente a 2021 foi de 42,5%. Minas Gerais encerrou 2022 com superávit na geração de empregos com carteira assinada. Entre janeiro e dezembro, foram admitidas 2,449 milhões de pessoas e demitidas 2,271 milhões, o que resultou em 177.996 vagas geradas. Apesar de fechar o ano positivo, houve uma desaceleração em relação a 2021. Na época, o saldo foi de 309.496, o que representa uma queda de 42,5% entre os períodos. A performance mineira mais uma vez foi puxada pelo setor de serviços, que criou 112.003 postos de trabalho.
Entre janeiro e dezembro foram admitidas 2,449 milhões de pessoas e
demitidas 2,271 mi | Crédito: REUTERS/Amanda Perobelli
Por Thyago Henrique
02/02/2023 - Minas Gerais encerrou 2022 com superávit na geração de empregos com carteira assinada. Entre janeiro e dezembro, foram admitidas 2,449 milhões de pessoas e demitidas 2,271 milhões, o que resultou em 177.996 vagas geradas. Apesar de fechar o ano positivo, houve uma desaceleração em relação a 2021. Na época, o saldo foi de 309.496, o que representa uma queda de 42,5% entre os períodos.
A performance mineira mais uma vez foi puxada pelo setor de serviços, que criou 112.003 postos de trabalho. Em seguida, vieram indústria (27.348); comércio (25.573); agropecuária (6.746) e construção (6.326). Os dados são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.
Dos 853 municípios, 661 (77,5%) tiveram desempenho positivo no ano. A capital Belo Horizonte liderou o ranking, com 41.154 vagas. No sentido contrário, 189 (22,2%) tiveram saldo negativo. O destaque deste lado foi Indianópolis, com -2.776 vagas. Outras três cidades não tiveram nem saldo positivo nem negativo, sendo elas: Biquinhas, Chalé e Itamogi.
Para a professora de economia do Ibmec Vivian Almeida, o recuo apurado no superávit de empregos do Estado está relacionado à gordura criada em 2021. Ela explica que, naquele ano, como as restrições da Covid-19 diminuíram e as pessoas voltaram a circular, houve uma pujância na criação de vagas que, em 2022, voltou a retomar aos níveis habituais – de equilíbrio entre admissões e demissões.
“As explicações para esse recuo estão relacionadas à maturidade do mercado na geração de empregos após esse período de crise [pandemia]. Agora, esse deslocamento entre a criação e a destituição tende mesmo a reduzir”, afirma.
Ainda de acordo com os números, o último mês do ano foi o pior para Minas Gerais. No período, foram contratadas 146.909 pessoas e desligadas 192.670, o que resultou em um déficit de 45.761 vagas. O grupo de serviços também puxou o desempenho, com saldo negativo de 16.596 postos. Na sequência, vieram indústria (-11.695); construção (-11.389); agropecuária (-5.240) e comércio (-841).
Vivian Almeida esclarece que, geralmente, dezembro é caracterizado por aumento, porém, alguns fatores macroeconômicos podem ter afetado a performance. Ela cita, por exemplo, a pressão inflacionária, que resulta em queda de consumo por parte dos consumidores e, por consequência, os empresários optam por não admitir novos colaboradores.
Outro ponto ressaltado pela professora diz respeito à natureza dos trabalhos. Ela destaca que vem percebendo que muitas pessoas estão migrando da categoria CLT para autônomas, o que afeta os dados do Novo Caged, visto que são apurados apenas vínculos celetistas.
Análise setorial
No ano de 2022, os cinco grandes grupos da economia mineira apresentaram superávit na geração de empregos. Porém, todos tiveram números inferiores aos do ano imediatamente anterior, sendo que construção teve a maior queda entre os períodos, de 80,2%. Em seguida, vieram comércio (-63,8%); indústria (-58,5%); agropecuária (-55,2%) e serviços (-11%).
De acordo com Vivian Almeida, houve um aquecimento na demanda da construção civil durante a pandemia, quando muitas pessoas resolveram mudar e também fazer reformas em seus domicílios. Porém, agora, com o estoque já elevado e o cenário de juros altos, houve uma desaceleração do setor.
Quanto ao grupo de serviços – o que teve o maior saldo no ano – o principal destaque entre os segmentos ficou com as atividades administrativas e serviços complementares, com a criação de 27.325 vagas. Na indústria – o segundo da lista – se destacou a de transformação, com 25.857 postos de trabalho gerados.
Brasil cria 2 milhões de vagas formais
Brasília – O Brasil encerrou 2022 com um saldo positivo de 2,038 milhões de empregos formais, segundo o Caged. O número é 26,6% menor do que o observado no ano anterior. Em 2021, ano marcado pela retomada da atividade após o período mais agudo de impacto da pandemia de Covid-19 sobre a economia, haviam sido abertos 2,777 milhões de postos em termos líquidos, conforme série ajustada.
O resultado do ano passado é reflexo de 22,6 milhões de admissões, 8,1% acima do observado no ano anterior, e 20,6 milhões de desligamentos, alta de 13,4%. “A gente teve mais admissões e mais desligamentos, um saldo menor que significa também um aumento da rotatividade no mercado de trabalho no ano”, disse o subsecretário de Estudos e Estatísticas do Trabalho, Felipe Pateo.
Em dezembro, mês que normalmente tem elevado volume de desligamentos de trabalhadores contratados temporariamente para as festas de fim de ano, foram fechados 431.011 postos.
O resultado do mês passado veio pior do que o fechamento líquido de 371,5 mil vagas de trabalho projetado por analistas em pesquisa Reuters, e foi resultado de 1.382.923 admissões contra 1.813.934 desligamentos.
O estoque de empregos formais do Brasil subiu 5,01% no ano passado em relação a 2021, a 42,7 milhões de trabalhadores. Em dezembro de 2021, o patamar estava em 40,7 milhões.
Todos os grupamentos de atividades econômicas do Caged tiveram saldo positivo em 2022. O destaque ficou com o setor de serviços, que abriu 1,177 milhão de vagas. Em seguida, aparecem comércio (+350 mil), indústria (+252 mil), construção (+194 mil) e agropecuária (+65 mil).
Regiões e novidade- No recorte regional, foram criados 979 mil empregos no Sudeste e 385 mil no Nordeste. A lista segue com 309 mil postos no Sul, 232 mil no Centro-Oeste e 119 mil na região Norte.
O ministério agora passou a fazer um recorte entre o que chamou de postos de trabalho “típicos” e “não típicos”, este último grupo dizendo respeito a trabalhadores como aprendizes, intermitentes, temporários e com carga horária de até 30 horas.
Segundo Pateo, cerca de 14% das vagas líquidas criadas no ano passado são de trabalhadores considerados não típicos. O ministério também apresentou esse recorte frente ao estoque de trabalhadores no País, iniciando a medição em dezembro de 2018. Nos quatro anos, o crescimento do estoque de postos típicos foi de 11,1%, enquanto o aumento das vagas não típicas foi de 32,6%.
Fonte: jornal Diário do Comércio (Reuters)
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