Atividade do setor apresentou a sexta queda consecutiva. A produção industrial em Minas Gerais apresentou o sexto recuo consecutivo em fevereiro, permanecendo abaixo dos 50 pontos. Na comparação com janeiro (44,6), o índice de evolução da produção cresceu 3,2 pontos, fechando o mês com 47,8 pontos.Enquanto no comparativo com fevereiro de 2022 (50,7) o indicador caiu 2,9 pontos. Os dados são da Sondagem Industrial de Minas Gerais de fevereiro, divulgada pela FIEMG. A economista da Fiemg, Daniela Muniz, apontou o esgotamento dos incentivos e a alta dos juros e da inflação como os principais motivos para essa queda na produção industrial.
Indicador de evolução do número de empregados registrou a primeira
elevação depois de três meses | Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC.
Por Leonardo Leão
23/03/2023 - A produção industrial em Minas Gerais apresentou o sexto recuo consecutivo em fevereiro, permanecendo abaixo dos 50 pontos. Na comparação com janeiro (44,6), o índice de evolução da produção cresceu 3,2 pontos, fechando o mês com 47,8 pontos.
Enquanto no comparativo com fevereiro de 2022 (50,7) o indicador caiu 2,9 pontos. Os dados são da Sondagem Industrial de Minas Gerais de fevereiro, divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
A economista da Fiemg, Daniela Muniz, apontou o esgotamento dos incentivos e a alta dos juros e da inflação como os principais motivos para essa queda na produção industrial. Ela ainda alerta que a desaceleração no setor automotivo, que é um dos mais importantes no Estado, também pode acabar impactando os resultados da atividade industrial em Minas Gerais.
Daniela Muniz lembra que o setor passou por um momento bastante favorável, com o reaquecimento da economia após o fim da pandemia e com os incentivos fiscais do governo no ano passado. Porém, a partir do segundo semestre de 2022, a indústria começou a sofrer com as consequências dos juros mais elevados.
O levantamento também mostrou que o indicador de evolução do número de empregados alcançou 51 pontos, a primeira elevação depois de três meses de queda. Se comparado com o resultado de janeiro (48,6), o índice aumentou 2,4 pontos em fevereiro. Por outro lado, o indicador apresentou queda de 0,3 ponto frente ao mesmo mês do ano anterior (51,3).
Em fevereiro, a indústria operava com capacidade produtiva abaixo da habitual para o mês; já que o índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual ficou em 43,9 pontos, 0,6 ponto acima de janeiro (43,3). No comparativo com fevereiro do ano anterior (44,2), o indicador recuou 0,3 ponto. Mesmo assim, ele superou sua média histórica (41,7) em 2,2 pontos.
Enquanto os estoques de produtos finais fecharam fevereiro com 52,3 pontos. Mesmo com esse aumento as empresas ficaram com seus estoques de produtos abaixo do nível planejado, após quatro meses de excesso.
Expectativas
O índice de expectativa de demanda marcou 56,5 pontos em março, representando uma elevação de 0,2 ponto frente a fevereiro (56,3). Essa é a 33ª vez seguida que o índice aponta para uma expansão da demanda nos próximos seis meses. Na comparação com março de 2022 (59,2), houve uma redução de 2,7 pontos, alcançando o menor resultado para o mês desde 2017.
Outro índice que superou os 50 pontos foi o de expectativa de compra de matérias-primas, registrando 54,4 pontos em março, isso representa uma queda de 0,9 ponto em relação ao mês anterior (55,3). Esse indicador sinaliza para uma perspectiva de aumento das compras de matérias-primas nos próximos seis meses. Mesmo assim, o índice caiu 1,6 ponto frente a março do ano passado (56).
O indicador de intenção de investimento alcançou 56,6 pontos em março, 1,7 ponto acima do registrado em fevereiro (54,9). Porém, se comparado com o mesmo mês do ano anterior, o índice recuou três pontos, e bateu o menor patamar para março desde 2019.
Quanto ao mercado de trabalho, os empresários do setor industrial mineiro esperam por uma evolução do emprego nos próximos seis meses, com o indicador de expectativa de número de empregados marcando 53,2 pontos. Esse resultado é 1,1 pontos inferior ao de fevereiro de 2023 e março de 2022, ambos com 54,3 pontos.
Tendências para 2023
A economista conta que, apesar do recente aumento no otimismo dos empresários mineiros do setor industrial, a economia deve passar por algumas dificuldades como a desaceleração do mercado de trabalho, o endividamento das famílias e a elevação dos preços dos produtos.
Daniela Muniz acredita que só será possível ter alguma certeza em relação a uma tendência de recuperação após a divulgação do novo arcabouço fiscal, que foi adiada para abril pelo governo federal. Ela explica que, a partir daí, o Banco Central poderá adotar uma política de redução dos juros e, consequentemente, reaquecer a economia.
Além disso, será possível fazer estimativas mais objetivas sobre o cenário nos meses seguintes.
Fonte: Diário do Comércio
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