A produção da indústria brasileira recuou 0,4% entre maio e junho, após quatro meses seguidos de alta. O resultado veio em linha com as expectativas de mercado¹ (-0,3%). O segmento de transformação recuou 0,3%, enquanto o extrativo cresceu 1,9%, impulsionado pelo aumento da extração de minério de ferro. Dentre os quatro grandes setores pesquisados, o de bens de consumo duráveis registrou avanço de 6,4%, enquanto os demais setores apresentaram recuos: bens de capital (-1,5%), bens intermediários (-0,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,7%). Das 25 atividades pesquisadas, 15 apresentaram retração na produção em junho, com destaque para farmoquímicos e farmacêuticos (-14,1%) – dado o recuo na fabricação de medicamentos.
Por: Gerência de Economia e Finanças Empresariais - FIEMG
04/08/2022 - A produção da indústria brasileira recuou 0,4% entre maio e junho, após quatro meses seguidos de alta. O resultado veio em linha com as expectativas de mercado¹ (-0,3%). O segmento de transformação recuou 0,3%, enquanto o extrativo cresceu 1,9%, impulsionado pelo aumento da extração de minério de ferro.
Dentre os quatro grandes setores pesquisados, o de bens de consumo duráveis registrou avanço de 6,4%, enquanto os demais setores apresentaram recuos: bens de capital (-1,5%), bens intermediários (-0,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,7%).
Das 25 atividades pesquisadas, 15 apresentaram retração na produção em junho, com destaque para farmoquímicos e farmacêuticos (-14,1%) – dado o recuo na fabricação de medicamentos. A atividade de derivados de petróleo e biocombustíveis (-1,3%), que possui peso importante na composição da produção industrial, também foi destaque no mês. Em contrapartida, as atividades que mostraram os avanços mais expressivos em junho foram vestuário e acessórios (7,1%), veículos, reboques e carrocerias (6,1%) e papel e celulose (4,5%).
No primeiro semestre, a produção industrial caiu 2,2%, influenciada tanto pelo setor extrativo (-3,3%) como pelo setor de transformação (-2,1%). Das 25 atividades pesquisadas, 17 mostraram retração, com destaque para materiais elétricos (-14,6%), borracha e material plástico (-10%) e veículos, reboques e carrocerias (-5,4%). Em contrapartida, os maiores avanços ocorreram nas atividades de derivados do petróleo e biocombustíveis (10,3%) – influenciado pela maior produção de óleo diesel, óleo combustível e gasolina –, de manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (5,9%) e de bebidas (2,9%).
PERSPECTIVAS
A expectativa para os próximos meses é de relativa estabilidade da produção industrial. Por um lado, os estímulos econômicos de curto prazo, como a redução do IPI e de alíquotas do ICMS em alguns produtos e a liberação de recursos do FGTS, podem impulsionar a demanda por bens. Por outro lado, o recuo na renda real dos trabalhadores,
em um contexto de inflação elevada, pode desestimular o consumo das famílias. Ressalta-se, ainda, que os impactos negativos da alta da taxa básica de juros e a desaceleração da economia mundial poderão afetar o desempenho da atividade econômica e, consequentemente, da produção industrial brasileira nos próximos meses.
¹ Estimativa Bloomberg
Fonte: FIEMG
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