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Preços da celulose seguem em alta no mercado internacional

Diante de um agravamento do desequilíbrio entre oferta e demanda, mercado deve seguir apertado no curto prazo. Com todos os reajustes anunciados para abril já implementados, os preços da celulose seguem em alta no mercado internacional, diante de um agravamento do desequilíbrio entre oferta e demanda – cenário que deve permanecer no curto prazo, segundo o diretor de comercial celulose e gente e gestão da Suzano, Leonardo Grimaldi. “Os fundamentos ainda estão bastante sólidos, em especial, do lado da oferta”, afirma. O preço líquido da fibra curta subiu mais US$ 1,90 no mercado chinês, a US$ 783,61 por tonelada, aproximando-se de níveis históricos.


Foto: Tissue Online


28/04/2022 - Com todos os reajustes anunciados para abril já implementados, os preços da celulose seguem em alta no mercado internacional, diante de um agravamento do desequilíbrio entre oferta e demanda – cenário que deve permanecer no curto prazo, segundo o diretor de comercial celulose e gente e gestão da Suzano, Leonardo Grimaldi. “Os fundamentos ainda estão bastante sólidos, em especial, do lado da oferta”, afirma.


O preço líquido da fibra curta subiu mais US$ 1,90 no mercado chinês, a US$ 783,61 por tonelada, aproximando-se de níveis históricos. A valorização já supera 35% desde o início deste ano. No caso de revenda, os preços da celulose de eucalipto são superiores aos praticados na importação, em US$ 807,04 por tonelada, conforme o BTG Pactual.


Já a fibra longa vinha sendo negociada a US$ 976,69 por tonelada na China, com leve queda de US$ 0,50. Assim, o spread entre os dois tipos de fibra estava em US$ 193 por tonelada, acima dos níveis normalizados, que eram de cerca de US$ 120 por tonelada.


Dificuldades a nível global, como problemas nas cadeias logísticas, vêm limitando a oferta global da matéria-prima em 2022. “Logística desafiadora é um dos principais fatores. Já havia desafios em 2021 e o surto de covid-19 na China agravou a situação”, pontua Grimaldi.


Além disso, agravam o cenário a concentração de paradas para manutenção em fábricas na América do Sul no primeiro trimestre, o atraso na entrada em operação dos projetos da Arauco e da UPM e eventos não recorrentes, incluindo greves.


Se, historicamente, as paradas não programadas em linhas de produção retiraram 700 mil toneladas de fibra por ano do mercado, neste ano, o volume pode superar as 2 milhões de toneladas anuais que deixaram de ser fabricadas em 2020 e 2021.


Apesar de a oferta seguir limitada, a demanda da matéria-prima na América do Norte e na Europa continua aquecida. No mercado europeu, a greve prolongada que fechou fábricas de papel e celulose da UPM na Finlândia fez com que papeleiras de outros países elevassem a taxa de operação, numa tentativa de ocupar o mercado que era atendido pelos finlandeses. Por outro lado, a guerra na Ucrânia e as sanções à Rússia afetaram a oferta de celulose pela Ilim e o acesso à madeira russa, utilizada como matéria-prima por produtores finlandeses.


Já no mercado asiático, contatos locais sugerem que os estoques de fibra de eucalipto em clientes e nos traders estão em níveis “extremamente baixos”. O ponto de atenção, porém, está no eventual impacto da pandemia na economia chinesa mais à frente e da guerra na Ucrânia na economia global.


MERCADO DEVE PERMANECER APERTADO

Em relatório recente, os analistas Rafael Barcellos e Arthur Biscuola, do Santander, defendem que os mercados de celulose devem permanecer apertados neste ano, com déficit estimado de 400 mil toneladas de fibra curta. “A demanda continua forte na Europa e, na China, o sentimento melhorou desde outubro, com os preços do papel acompanhando o recente rali da celulose”, escreveram.


Os gargalos nas cadeias logísticas globais também contribuem para que os preços da fibra se mantenham patamares elevados, sem expectativa de normalização no curto prazo. “Acreditamos que um ciclo de alta prolongado da celulose é provável”, completaram.


REAJUSTES

Maior produtora mundial de celulose de eucalipto, a Suzano aplicou reajustes de US$ 50 a US$ 100 por tonelada a partir de abril em todos os mercados – América do Norte, Europa e Ásia.


Grimaldi destaca que a companhia segue sem volumes disponíveis para ofertar no mercado à vista e viu as negociações para abril serem antecipadas por clientes por receio de ficarem sem as quantidades pretendidas de fibra. “Estamos focados em atender aos clientes de longa data”, diz. Apesar desse contexto, ainda não há discussão sobre novos reajustes em maio.


Fonte: Tissue Online

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