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MG tem carência de técnicos industriais

Estado deve oferecer vagas para quase 8 mil profissionais neste ano. O ano de 2023 promete ser o da consolidação da retomada do emprego na indústria, iniciada no ano passado, conforme a especialista do Observatório Nacional da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Anaely Machado. Em Minas Gerais, a previsão é de 7.829 vagas para técnicos industriais neste ano. No País, o número chega a 77.724. Os empregos nesse nível de formação contabilizarão 2,2 milhões no Brasil, número que representa em torno de 18,4% do total do emprego industrial no País.


A faixa etária entre 20 e 24 anos é predominante entre os estudantes de

formação técnica no Senai em Minas Gerais | Crédito: Divulgação.


Por Juliana Gontijo


26/01/2023 - O ano de 2023 promete ser o da consolidação da retomada do emprego na indústria, iniciada no ano passado, conforme a especialista do Observatório Nacional da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Anaely Machado. Em Minas Gerais, a previsão é de 7.829 vagas para técnicos industriais neste ano. No País, o número chega a 77.724.


Os empregos nesse nível de formação contabilizarão 2,2 milhões no Brasil, número que representa em torno de 18,4% do total do emprego industrial no País. Em Minas, o estoque das vagas de nível técnico neste ano é de 231.015. A análise foi feita pelo Observatório Nacional da Indústria, hub de dados do Sistema Indústria, com base no Mapa de Trabalho Industrial 2022-2025.


As áreas com maior abertura de novas vagas e demanda por técnicos no País são logística e transporte; metalmecânica; transversais (engloba profissionais que atuam em pesquisas, seguranças do trabalho, desenhistas técnicos, por exemplo); eletroeletrônica, tecnologia da informação e construção.


O gerente executivo do Observatório, Márcio Guerra, explica que a projeção do emprego setorial considera o contexto econômico, político e tecnológico. Um dos diferenciais é a projeção da demanda por formação a partir do emprego estimado para os próximos anos. Além da conjuntura, são levadas em conta as estimativas das taxas de difusão das novas tecnologias nas empresas e das mudanças organizacionais nas cadeias produtivas.


De acordo com ele, mesmo os setores mais tradicionais como construção e metalmecânica continuam demandando muitos técnicos e que as mudanças tecnológicas estão impactando o perfil de profissional, com o crescimento de áreas como TI e eletroeletrônica.


A logística ganha destaque em razão das mudanças que aconteceram durante a pandemia no processo de distribuição de mercadorias e acesso aos insumos. “A pandemia exigiu do setor industrial uma nova forma de organização da cadeia produtiva. São profissionais que monitoram dados e informações para garantir que o processo

produtivo tenha menor custo e melhor entrega”, observa.


Preparação para ocupar as vagas

Para conseguir um emprego técnico no setor industrial, a especialista do Observatório Nacional da Indústria, da CNI, Anaely Machado, aconselha aos interessados a procurar cursos técnicos voltados para o segmento como os oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que é a principal instituição formadora em ocupações industriais no País.


Ela explica que a duração média desses cursos é de um ano e meio, podendo chegar a dois anos. O pré-requisito é que o aluno esteja cursando ou já tenha o ensino médio completo. A vantagem, conforme a especialista, é que esses cursos preparam as pessoas para o exercício de uma profissão por meio de uma metodologia de ensino bastante prática e voltada para o mercado de trabalho na indústria.


O gerente de educação profissional e tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado de Minas Gerais (Senai-MG), Ricardo Aloysio e Silva, ressalta que um dos desafios da indústria é o baixo interesse dos jovens brasileiros do ensino médio pela carreira técnica, já que 8% optam pela área, enquanto nos países europeus, o patamar varia de 35% a 40%.


Para ele, vários fatores interferem na baixa procura, entre elas, a questão cultural que valoriza a formação em cursos superiores, além do impacto do período de desindustrialização do país na década de 80. “A oferta de vagas técnicas na indústria representa uma oportunidade tanto para o jovem como para o profissional que pretende mudar de área em pouco tempo na comparação com uma graduação”, observa. Ele conta que no Senai em Minas há estudantes de 16 a 60 anos, com destaque para a faixa etária de 20 a 24 anos.


Silva ressalta que o Senai-MG oferece cursos técnicos gratuitos por meio de uma parceria com o governo do Estado, o programa Trilhas de Futuro, que também conta com ajuda de custo oferecida aos alunos para pagamento das passagens e refeição. No ano passado, os cursos técnicos do Senai espalhados pelo Estado contaram com 53 mil alunos matriculados.


O gerente aconselha aos interessados nos cursos técnicos buscar conciliar a área de interesse com as que estão sendo mais demandadas pelas indústrias. Também é importante avaliar se existe demanda pelo segmento na localidade onde o futuro profissional pretende atuar. “Assim, a pessoa se forma com mais chances de conseguir uma vaga na área estudada”, alerta. De acordo com ele, Minas Gerais responde por cerca de 10% das vagas das indústrias do país.


Fonte: Jornal Diário do Comércio

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