Resultado dos primeiros quatro meses deste ano preocupa empresários de Minas Gerais, que estão pessimistas. Os primeiros quatro meses do ano passaram longe de serem positivos para a indústria mineira de plástico. O setor, que transforma a matéria-prima em produtos variados e para diversos fins, viu a demanda despencar cerca de 25% neste início de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. E os resultados ruins não devem parar por aí. É o que afirma a presidente do Sindicato da Indústria do Material Plástico do Estado de Minas Gerais (Simplast), Ivana Braga.
O plástico é utilizado em produtos de vários segmentos | Crédito: Pixabay
Por Thyago Henrique
11/05/2023 - Os primeiros quatro meses do ano passaram longe de serem positivos para a indústria mineira de plástico. O setor, que transforma a matéria-prima em produtos variados e para diversos fins, viu a demanda despencar cerca de 25% neste início de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. E os resultados ruins não devem parar
por aí.
É o que afirma a presidente do Sindicato da Indústria do Material Plástico do Estado de Minas Gerais (Simplast), Ivana Braga. Segundo ela, a procura por artigos e embalagens de plástico vem caindo consideravelmente desde janeiro, sendo a queda mais acentuada nos meses de março e abril.
“A indústria do setor de plástico está sofrendo um momento delicado, mas isso é um reflexo do abastecimento geral do mercado. Houve uma retração em todos os setores. Como o plástico é utilizado em embalagens, insumos, na área hospitalar e até no consumo de produtos de higiene e uso pessoal das residências, houve uma queda considerável”, disse.
Conforme a dirigente, a perspectiva para 2023 não é otimista, como já era esperado. Ela enfatiza que, com certeza, haverá um resultado negativo no período. Isso porque, em 2022, a indústria de plástico apresentou sinais de melhora e alavancagem. Entretanto, uma série de fatores, como políticas econômicas, indisponibilidade de financiamentos para investimentos e insegurança política afetaram o desempenho, não só do setor, como da economia em geral.
Apesar de todos esses elementos, Ivana Braga diz que os custos de produção se mantiveram razoáveis. Segundo ela, o setor sofreu com alguns impactos devido a reajustes de energia e dissídios coletivos, porém os preços dos insumos não apresentaram grandes variações. O motivo é justamente a baixa demanda e o mercado não aceitar qualquer tipo de repasse.
Carga tributária afeta o consumo
A presidente do Simplast também ressaltou que a alta carga tributária brasileira é um entrave para o setor produtivo. Ainda em março, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou a retirada de quatro resinas plásticas da Lista de Exceção à TEC (Letec). A decisão impactou na recomposição das alíquotas de importação dos produtos, elevando as tarifas novamente para 11,2%.
A recomposição das taxas colocou fim às resoluções dos meses de julho e agosto do ano passado. Na época, os textos aprovaram as seguintes alíquotas: 3,3%, para copolímeros de etileno; 4,4%, para copolímeros de propileno; 4,4%, para PVC obtido por processo de suspensão; e 4,2%, para politereftalato de etileno (PET).
Segundo Ivana Braga, qualquer oneração nesse sentido inibe o consumo, porque o produto chega mais caro na “ponta”. Logo, quem paga a conta desse tipo de medida é o consumidor, visto que a indústria somente faz o recolhimento e o repasse ao Município, Estado ou à União.
Ainda de acordo com ela, atualmente não há nenhuma iniciativa que beneficie o setor.
“Infelizmente não houve nenhum ajuste, nenhum benefício, não houve olhos para o setor produtivo desde janeiro, e fica muito obscuro o cenário. Os investimentos estão todos suspensos até porque não existem linhas de crédito viáveis. E da mesma forma não está havendo demanda. Então um ‘puxa’ e o outro ‘empurra’, é mais ou menos assim a economia, e nós estamos dos dois lados estagnados”, ressaltou.
Fonte: jornal Diário do Comércio
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