Embora o Estado tenha registrado, em julho, saldo positivo de vagas de empregos, o superávit vem caindo ao longo dos últimos meses. O saldo de empregos formais em Minas Gerais permaneceu positivo em julho, conforme os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No sétimo mês de 2023, foi registrado um superávit de 12.353 vagas com carteira assinada, indicando o sexto resultado favorável consecutivo.
Nos sete primeiros meses de 2023, Minas Gerais acumula 156.238 postos de trabalho gerados, de acordo com dados do Caged | Crédito: Marcelo Camargo / Agência Brasil.
31/08/2023 - O saldo de empregos formais em Minas Gerais permaneceu positivo em julho, conforme os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No sétimo mês de 2023, foi registrado um superávit de 12.353 vagas com carteira assinada, indicando o sexto resultado favorável consecutivo.
Embora desde janeiro o Estado não registre fechamento de postos de trabalho, os números do governo mostram uma desaceleração na geração de empregos iniciada em março. Em todos os meses a partir desse período, o saldo positivo mineiro foi sempre menor do que no mês anterior. Quando se compara julho com junho, por exemplo, foram criadas quase 13 mil vagas a menos.
O coordenador do curso de Ciências Econômicas do Ibmec-BH, Ari Francisco de Araujo Junior, ressalta que a queda vista no mercado de trabalho de Minas Gerais é semelhante ao que se observa no Brasil, ainda que tenha sido relativamente superior. A retração no Estado foi de mais de 50%, enquanto a redução mensal no saldo positivo de vagas do País, ficou na casa dos 9%.
O docente também destaca que existe semelhança com o que vem acontecendo no Sudeste brasileiro. Segundo ele, houve um acréscimo de apenas 0,27% na quantidade total de vínculos celetistas ativos em Minas Gerais, o percentual, porém, foi inferior ao da região, de 0,31%. Nacionalmente, a elevação do estoque de empregos entre junho e julho foi maior, de 0,33%.
Araujo Junior ainda afirma que alguns setores importantes e intensivos em criação de vagas de trabalho tiveram um crescimento de estoques em Minas Gerais menor do que no País. Ele exemplifica citando a quantidade de vínculos celetistas no setor comercial, que subiu 0,19% no Estado frente a 0,28% no Brasil, e na atividade industrial, que cresceu 0,15% contra 0,25%.
“Isso, provavelmente, tem no curto prazo relação com movimentos sazonais específicos do Estado”, explicou. “Além disso, do ponto de vista de um horizonte de tempo um pouco mais longo, pensando em tendência, é difícil dizer o que vai acontecer, na medida em que a economia brasileira e, consequentemente, as economias dos estados ainda patinam em certo sentido devido às incertezas econômicas e políticas que a gente vem vivendo atualmente”, ressaltou.
Saldo por setores da economia
Segundo os dados do Caged, os cinco grandes grupos de atividade econômica registraram superávit de empregos no sétimo mês do ano. O setor de serviços gerou 5.074 vagas e foi o grande destaque, seguido pela agropecuária (1.981), construção (1.970), comércio (1.863) e indústria (1.465). Apesar disso, todos eles apresentaram desaceleração no saldo positivo.
Especificamente no setor de serviços, o maior empregador no território mineiro, a queda mensal foi de pouco mais de 33%. O economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), Gilson Machado, afirma, no entanto, que entre um mês e outro pode haver sazonalidades, o que afeta a criação de vagas de trabalho.
“O ponto mais importante é que o saldo segue positivo e isso é bem-visto, pois reflete um incremento de novos postos de trabalho ao que damos o nome de estoque de empregos. E em julho do ano corrente, o setor de serviços acumula quase 2 milhões de postos de trabalho no Estado, refletindo um incremento de 5% em relação ao mesmo mês de 2022”, salientou.
Geração de vagas no acumulado do ano, conforme o Caged
Ainda de acordo com o Caged, no acumulado dos sete primeiros meses de 2023, Minas Gerais soma 156.238 empregos gerados. Dentre os setores, o setor de serviços foi quem mais criou vagas, sendo responsável por abrir 67.926 postos de trabalho no período. Na sequência, ficaram: construção (30.681), agropecuária (29.554), indústria (24.766) e comércio (3.315).
Fonte: jornal Diário do Comércio
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